10 - Rogue Wave, All You Need Is Love
Esta banda nunca foi lá muito boa, mesmo no tempo em que só fazia música em Lo-Fi; mas mesmo assim, têm todo o mérito meu quando transformam a pior música dos Beatles em algo completamente novo.
9 - Franz Ferdinand, It Won't Be Long
Apesar de não ser grande fã da mais que do hype banda de Glasgow, admito: só esta conseguia recuperar a loucura original da música dos Beatles. Mais do que isso, a voz do Alex (que é o melhor que a banda tem) dá todo o mood à versão; pena nunca terem gravado isto sem ser ao vivo.
7 - Wilson Pickett, Hey Jude
Já não bastava a explosão que a Mustang Sally e a In the Midnight Hour são, o Pickett ainda canta uma versão tão mais apaixonada desta música que deixa o próprio McCartney tímido. Aliás, gostaria de saber o que é que o McCartney acha desta versão. Foi uma grande perda ter deixado este homem morrer.
6 - The Breeders, Happiness Is A Warm Gun
Já acreditei nestes tipos como a perfeita fusão entre Soundgarden e Pixies, mas lá no fundo soa-me sempre a Garbage. Deve ser da voz. A minha segunda música preferida dos Beatles aqui representada numa versão muito mais grunge (eis um estilo não inventado pelos Beatles, quer dizer, e daí...). O Lennon adoraria isto se ainda cá estivesse. Duma revista de armas de caça para o Trainspotting, esta música tem qualquer coisa que me perturba.
5 - Aretha Franklin, Eleanor Rigby
Uma música sobre solidão, sobre um cemitério em Liverpool, na garra toda da mulher que ainda segura a América pelos tomates. Respeito, disse ela um dia, e digo eu também agora. A arte de fazer covers, ou pelo menos da forma que eu a entendo, vem do distanciamento em relação ao original; é transmitir o mesmo de outra forma, e esta Senhora podia estar até a cantar uma nova receita de cupcakes que eu aplaudiria de pé à mesma.
4 - The Feelies, Everybody's Got Something To Hide (Except Me and My Monkey)
Há qualquer coisa de fora de época neste gajos, nunca entendi. Se existir um tal estilo de proto-indie por favor que sejam exemplos estes gajos. Mais uma vez, é uma versão duma música de há cinco décadas atrás, e só dumas pessoas neste mundo podem dizer quão louco era o ambiente no momento em que a música foi feita. Mesmo assim, os Feelies fizeram uma grande trabalho ao traduzir essa loucura através dos tempos.
Não sei se está no ranking da Rolling Stone, mas para mim, uma das melhores músicas de sempre.
Este foi o primeiro nome que apontei quando pensei em fazer a lista. E aqui voltam as suspeitas. Não gosto muito da original, mas esta versão é algo doutro mundo; talvez por serem Keys a fazer a versão, talvez. O que mais valorizo nos gajos é a capacidade de fazer música crua, nua, e mesmo assim uma cena do outro mundo. Morto por vê-los ao vivo.
Eu não faço ideia de que é que o Lennon estava a falar nesta música. Eu não faço ideia como é que três acordes e um baixo fazem uma música como esta. Deve ser do imperativo constante, das implicações políticas da época. Esta música é um monstro. E ao longo das décadas, vários foram os que tentaram dar um corpo à música, na minha opinião, sem sucesso. O que esta mísera bandacountry, com bastante talento diga-se, teve a coragem de fazer, foi despi-la ainda mais. Tal como a Ono fez com o último álbum do Lennon, Sugarland pegou no essencial da música e caricaturou-a, levou-a ao limite. E por se manter anárquico, esquelético e despido, aqui vai o título para melhorcover dos Beatles feita até hoje.
